QUANDO SAIMOS DO LUGAR QUE LIMITA NOSSA VISÃO...

É HORA DE PARTIR...
Domingo, 28/10/07, é mais um dia diferente para mim. É um momento de viver o que quase ninguém quer, por amar uma cidade como Paulo Afonso. Porém, quando chega a hora, é preciso entender que, por mais que a gente ame nossa terra, mesmo não sendo a nossa terra natal, como é o meu caso, que cheguei aqui 37 anos atrás e amando-a e sendo abraçado por ela, deixo aqui raízes profundas, sentimentos inigualáveis, experiências jamais repetidas. Fincados estão nossos laços de afeto, laços familiares, os amigos verdadeiros e até os poucos verdadeiros. E graças a Deus, os poucos que não simpatizam conosco, esses se perdem no meio de tantos que nos prestigiam. Deixarei em P.A uma história de vitória, de gratidão a Deus pelas bênçãos alcançadas nesta terrinha.
Pra viver em Paulo Afonso, todo mundo faz de tudo e comigo não foi diferente. Fui: Educardor musical, Educador social, dono de escola de música, dono de um estúdio, assinei centenas de produções musicais (muitas delas que chegaram até o exterior),trabalhei com projetos sociais maravilhosos e sempre desprendido de qualquer barreira dogmática religiosa ou política (Lar da Criança Vicentina, Apae, Ong Ajir). Como músico, tive o prazer de ajudar a uma enorme geração de novos músicos, de formar grupos musicais gospel (Som e Paz, Banda Kairós etc). E por último, pra viver em P.A, fui dono de uma sorveteria, fugindo totalmente do que sempre fiz.Tive oportunidades memoráveis, outras perdidas, mas essa nossa terra nos encanta e nos traz grandes lembranças. Eita, lembrei de novo de domingo... domingo, 28/10/07 irei para o AMAPÁ, uma terra distante por demais, estranha, de nova gente, nova cultura. Mas tenho que ir porque assim como eu, milhares já foram embora, por não encontrar numa terra tão linda e de gente ordeira, condições de sustentabilidade. Mas, saio de Paulo Afonso com o sentimento de missão cumprida, de ter sido um instrumento de transformação onde vivi. Por isso é que eu digo adeus Paulo Afonso, ou melhor, até breve...